Passados quase dez anos da sua curta temporada na cena cultural macauense, o Teatro Municipal Hianto de Almeida, finalmente, vai desaparecer da paisagem da cidade. Nos últimos dez dias, após receber um laudo técnico de segurança, a prefeitura começou a demolição do que restou da obra.
Antigo Cinema Dois Irmãos, o espaço cultural teve início ao processo de aquisição do prédio para o patrimônio da prefeitura, ainda na gestão do então prefeito Afonso Lemos (1989/1992), sendo recuperado e equipado para funcionar o Teatro Hianto de Almeida. Inaugurado no ano de 2003, com pompas de uma grande obra, o teatro desabou com menos de três anos de sua presença na cultura local.
Polêmica
O desabamento do Hianto de Almeida foi alvo inclusive de uma Ação Popular na Justiça. Diante das provas acumuladas, o então Juiz da Comarca de Macau, Cleanto Fortunato da Silva, afirmou na sentença que: “a reforma do prédio em que fora instalado o teatro foi feita de maneira deficitária, bem como a manutenção do prédio foi omissa, não sendo capaz de suprir o déficit já existente, sendo que tais elementos permitiram a ocorrência do dano no bem público”. O caso ainda rola na justiça.
Futuro
O prefeito Tulio Lemos ainda não decidiu o destino do terreno. “Macau merece um teatro à altura da importância da cidade para o Estado no cenário econômico, social e na cultura”, declarou Lemos, lamentando o crime que cometeram com o empobrecimento da cultura, a partir do desabamento do Hianto de Almeida.
Responsabilidade
A demolição das ruínas do Teatro Hianto de Almeida era uma reivindicação antiga dos moradores do entorno do espaço público, que acabou servindo de abrigo para usuários de drogas, virando também depósito de lixo, comprometendo a saúde pública. O terreno também era utilizado como banheiro a céu aberto e para a prática de atos sexuais, principalmente nos finais de semana.